A Dor Crônica e a Cannabis Medicinal

. Estudos comprovam que a Cannabis Medicinal é eficaz no tratamento da Dor Crônica
Muito difícil de ser tratada, a dor crônica prejudica a qualidade de vida. Mesmo com o uso de antidepressivos e anticonvulsivantes, o tratamento não oferece uma resposta adequada.  “A cannabis medicinal ajuda muito no tratamento porque controla melhor os estímulos neuropáticos, já que os receptores canabinóides estão amplamente distribuídos no corpo – por isso gera uma resposta muito boa na dor crônica”, explica Maria Teresa Jacob, médica anestesiologista, especialista em cannabis medicinal para dor crônica pela Universidade do Colorado e membro da International Association for Cannabinoid Medicines (IACM) e da Sociedade Internacional para Estudo da Dor (IASP).
Matéria do portal Com Ciência revela que a cannabis medicinal oferece menos efeitos adversos e assim poderá ser usada com outros medicamentos para tratamento de dor crônica, aumentando a eficácia.  E, em alguns casos, diminuindo as doses desses outros fármacos, com consequente melhoria da qualidade de vida do paciente. “Não existe nenhuma contraindicação, nenhum caso de adição descrito e nenhuma complicação fatal. É uma medicação segura para usar em idosos com mais de 90 anos e crianças, inclusive”, argumenta Maria Teresa. Entretanto, é imprescindível que o médico conheça a interação da cannabis com outros remédios, pois ela pode potencializar ou inibir a ação deles quando em associação.
Da mesma forma, artigo divulgado no Brazilian Journal of Natural Sciences (BJNS),  aponta que a  cannabis sativa apresenta efeitos relevantes na redução de dores, como as associadas à esclerose múltipla, sem grandes efeitos adversos. Comparados aos opióides, os canabinóides possuem um risco menor de efeitos adversos, apesar de seu alto potencial de dependência física e psíquica.

Cannabis Medicinal é 30 vezes mais eficaz que a aspirina

E o melhor de tudo, não produz os efeitos colaterais da aspirina. Portanto, temos uma natureza bondosa e sábia, quando o homem se curvar para essa natureza e beber do seu remédio, teremos muita saúde.
Assim sendo, confirmando essa informação, veja o que diz a Farmacêutica Renata Monteiro Dantes.  Pós-Graduada em Homeopatia e Cosmetologia, Proprietária da ORTHOFARMA-Farmácia de Manipulação, Farmacêutica da CULTIVE-Associação de Cannabis e Saúde, membro da Diretoria da SBEC-Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis, da RENFA-Rede Nacional Feminista e Antiproibicionista e da Comissão de Fitoterapia e Plantas Medicinais do CRF-SP.
São trechos 2ª Aula do V Curso de Cannabis Medicinal, no canal MovReCam, veja na integra 

A dor no organismo

 Dentro destas pesquisas, a Cannabis se mostrou interessante para o tratamento da dor. Assim, é importante compreender a fisiologia da dor no organismo. A dor é um tipo de percepção que faz parte de um sistema denominado nociceptivo. Do ponto de vista temporal, a dor pode ser classificada como aguda ou crônica, sendo a dor aguda a que possui uma duração limitada e a dor crônica, uma duração mais persistente.
A principal função da dor no organismo é funcionar como um sinal de alerta, ativando respostas protetoras, como forma de minimizar possíveis danos teciduais.
Dor crônica é caracterizada como uma dor persistente que não possui função fisiologia de alerta da dor aguda que permanece ou é recorrente por pelo menos 3 meses. A dor crônica pode ter várias classificações como a dor crônica primária que não está associada a uma causa específica, a dor crônica oncológica, causada pelo próprio câncer ou pelo seu tratamento, dor pós traumática ou pós cirúrgica, quando a dor permanece por mais de 3 meses após o procedimento ou após uma lesão tecidual, a dor crônica neuropática, causada por lesões no Sistema nervoso entre outras.  No Brasil estima-se que de 28 a 41% da população sofra de algum tipo de dor crônica.
A dor neuropática é resultante de uma lesão no sistema nervoso periférico ou central, podendo ser causadas por doenças como: a diabetes, o câncer e distúrbios imunológicos, além de outras causas como acidentes, AVC ou cirurgias.

Fitocanabinóides

Os fitocanabinóides mais estudados da Cannabis sativa são o Δ9-tetrahidrocanabinol – THC e o canabidiol – CBD.  O THC é relacionado a atividade psicoativa da planta, além das atividades terapêuticas de analgesia, anti-inflamatória, relaxante muscular, estimulante de apetite, broncodilatador e a redução da pressão ocular.  E o canabidiol é mais conhecido pela sua atividade antiepiléptica, além das atividades terapêuticas de ansiolíticos, antieméticos, antipsicóticos, imunomoduladores, anti-inflamatórias.
A cannabis possui mais de 60 fitocanabinoides farmacologicamente ativos (HILL, 2015), o fitocanabinóides relacionado a atividade psicoativa da cannabis é chamado de Δ9-tetrahidrocanabinol (THC). Porém também foi constatado que apresenta ações farmacológicas como propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, relaxante muscular, estimulante de apetite, broncodilatador e a redução da pressão ocular. Outro fitocanabinóide relacionado ao efeito farmacológico é o canabidiol, relacionados a efeitos ansiolíticos, antieméticos, antipsicóticos, imunomoduladores, anti-inflamatórias entre outras.
A cannabis psicoativa, ou seja, que possui maior quantidade de THC do que canabidiol, é chamada de maconha.  E a cannabis que possui maior quantidade de canabidiol do que THC é chamada de cânhamo industrial.
Evidências sugerem que o THC pode exercer influência nos aspectos emocionais da dor. E há estudos que também sugerem que o THC pode aumentar o efeito analgésico dos opióides.
Estudos de modelo experimental em animais sugerem que o CBD também possui ação analgésica. Porém a metade exercida pelo THC, mas sem oferecer os efeitos colaterais clássicos dos canabinóides. Observando assim uma grande janela terapêutica, e uma melhora na eficácia da analgesia pelo tratamento prolongado.