O uso de cannabis para Autistas é muito caro, aqui entra as associações

Resultados de estudos levam os pais de crianças gravemente autistas a usarem a Cannabis, porém é muito caro. As Associações facilitam e diminuem custos

Devido e grande gama de sintomas associados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), estabeleceu-se uma variedade de terapias, e isso também se deve a diversidade de características que apresenta e a diferença entre os casos. As abordagens multidisciplinares são sugeridas em diversos estudos como terapias exercidas que visam além da questão educacional e da socialização, principalmente a questão social e a tentativa de estabelecer etiologias e quadros clínicos bem definidos, passíveis de prognósticos precisos e abordagens terapêuticas eficazes.

Dentre as terapias medicamentosas, os psicofármacos, drogas atualmente utilizadas no tratamento do TEA, não agem sobre a patologia propriamente dita, mas sim sobre sintomas-alvos que prejudicam a convivência da criança como raiva, agressividade e distúrbio do sono. Das classes mais prescritas estão os antidepressivos e antipsicóticos, porém além de não atuarem na evolução da comunicação e interação social, deve-se levar em consideração que estes medicamentos podem estar atrelados a dependência física e/ou psíquica e diversas reações adversas.

Em contrapartida, pesquisas apontam evoluções significativas no que se refere a terapias farmacológicas voltadas ao tratamento de sintomas como ansiedade, agressividade, pânico, acessos de raiva e auto agressão/autoflagelação, utilizando da ​C. sativa. ​ Considerando estes promissores resultados, pais de crianças com epilepsia e crianças gravemente autistas passaram a recorrer ao óleo de cannabis para alívio destes sintomas.

Há relatos de 1888 do uso da Cannabis Medicinal no Brasil

As propriedades de ​C. sativa, já eram conhecidas pelas primeiras sociedades, sendo utilizada ao longo do tempo em rituais e cerimônias religiosas. Há registros de seu uso medicinal no Brasil, no tratamento de asma e bronquite em crianças, ainda no ano de 1888. Na década de 30, o uso deste vegetal veio a ser proibido no Brasil, através da aprovação da a Lei N​o 891/38. Muito devido ao reflexo das ações que vinham sendo tomadas na Europa e Estados Unidos.

Desta época até os dias atuais, muito se avançou no conhecimento sobre este vegetal. Os princípios ativos mais abundantes na planta, canabidiol (CBD), composto ansiolítico, e ∆9-tetrahidrocanabinol (∆9-THC), composto euforizante, foram isolados em 1940 e 1964, respectivamente. Sendo amplamente estudados quanto às propriedades farmacológicas. Além desses princípios ativos, a planta contém dezenas de outros canabinoides (estruturas químicas semelhantes ao CBD e THC) e óleos essenciais conhecidos quimicamente por terpenos com potencial terapêutico.

O cenário atual brasileiro, traz um debate revolucionário no que diz respeito aos avanços da regulação sanitária relacionada ao uso medicinal da cannabis. ​No ano de 2015, houve a retirada do CBD da lista de substâncias proscritas e sua inclusão na lista de substâncias controladas C1 da portaria 344/98, tornando possível a prescrição e a  importação de produtos à base de canabidiol. Ou seja, a legislação permite que o beneficiado respaldado de prescrição médica, ​laudo e declaração de responsabilidade assinada pelo médico e por ele, faça de maneira legal a aquisição de seus produtos derivados.

Associações facilitam e diminuem custos de produtos a base de Cannabis

Porém, devido ao alto custo, muitas famílias não podem realizar o tratamento. As associações canábicas vêm com o intuito de facilitar e legalizar essa prática, apoiando o plantio para fins tanto medicinais, quanto científicos.

Apesar de mães de crianças autistas investiram no óleo extraído da planta para realizar o tratamento de seus filhos, o status ilegal da cannabis ​​e o alto custo do produto derivado da mesma, favorece o seu uso ilegal e sem orientação no tratamento principalmente da epilepsia e do autismo​​, o que o torna perigoso tanto por razões jurídicas como terapêuticas.

À vista disso, a pesquisa, acesso abaixo, avaliou a percepção de responsáveis por crianças autistas sobre a utilização do óleo de ​​C. sativa ​​no tratamento de sintomas associados ao transtorno do espectro autista.

Leia o estudo na integra – Faculdade Pernambucana de Saúde: Percepção dos responsáveis por crianças autistas sobre o uso de canabinóides no tratamento de sintomas desencadeados pelo espectro autista

Imagem destacada: Imagem de Brad Dorsey por Pixabay 

 

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