Defensor da legalização do uso da cannabis sativa (maconha) para fins medicinais, morreu, na primeira noite de 2021 o padre Antonio Luiz Marchioni, conhecido dos fiés como padre Ticão, da Paróquia de São Francisco de Assis, do setor Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, onde liderou as lutas populares por décadas. Ticão morreu aos 68 anos, devido a seus problemas cardíacos. (veja a matéria completa no Diário do Poder)
”Ele foi um padre à frente de seu tempo. Alguém que abriu as portas da Igreja para a comunidade acadêmica e científica, se despiu de preconceitos, levando a todos os fieis a discussão do uso medicinal da Cannabis. Foi perseguido, difamado, mas não esmoreceu. Sua luta não será em vão. Descanse em paz, Padre!:, afirmou Advogada Daniela Tamanini – pós-graduada em Direito Penal e Atenção Integral em Álcool e outras drogas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com atenção em saúde pública e privada.
“Foi com muito pesar que a Reitoria da USP recebeu a notícia do falecimento do padre Antonio Luiz Marchioni, conhecido como padre Ticão, neste começo de ano. Como importante liderança religiosa e dos movimentos sociais na região da zona leste, sempre lutou pelos direitos humanos, pela inclusão social e pela diminuição da desigualdade em uma das áreas mais carentes de São Paulo. Com a visão de que a educação pública de qualidade é o principal agente transformador da sociedade, o pároco foi um dos grandes mobilizadores para a implantação do campus Leste da USP que, em 2020, completou 15 anos de existência e tem a EACH, lá instalada e já consolidada, como uma das unidades mais proeminentes de nossa universidade nas áreas do ensino, da pesquisa e da extensão universitária. Em tempos de obscurantismo e negacionismo, o desaparecimento do padre Ticão representa uma perda irreparável para todos nós”, afirmou o reitor da USP, Vahan Agopyan.
“Recebemos com muita tristeza a notícia do falecimento do padre Ticão. Trata-se de uma figura central no processo de extensão da USP para a zona leste. Ele esteve na linha de frente da articulação junto ao Governo do Estado para a instalação da USP Leste. Além do mais, sua longa trajetória foi pautada na luta pela garantia e defesa dos direitos sociais e humanos das periferias. Sem sombra de dúvidas é uma grande perda para a nossa escola e para a região. Em sua memória, gritamos PADRE TICÃO PRESENTE!”, afirmou o representante discente no Conselho Técnico-Administrativo da EACH, Nabi Oliveira. (Jornal da USP)
“A morte de padre Ticão é a perda de um modelo de Igreja, comprometida com o povo, a mudança, a transformação, com o Evangelho”, lamentou Padre Júlio Lancellotti, pároco da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo. (Brasil 247)